A grande divisão
Antes do séc.XIII o termo "artista" e "artesão" eram usados interligados, artista podia ser um sapateiro, um alquimista ou um estudante de artes liberais, nem sequer existiam estes conceitos, mas apenas profissões que usavam uma "técnica" ou uma "arte", para produzir poemas, pinturas, esculturas, ou "artefactos".
Mas no final do séc XIII, artista e artesão começaram a ser usados como termos antagónicos, artista era agora o criador de "belas artes", enquanto o artesão passava a ser o construtor de meros objectos funcionais ou de entretenimento.
Esta alteração não foi apenas institucional mas também de poder e de género. A chave desta alteração foi a substituição dum patronato, por um mercado e pela criação de um novo público de classe média.
Mas claro uma das ideias deste novo mercado era que o dinheiro e a classe, não eram determinantes na apreciação das artes. Claro que para elevar certos géneros de arte ao patamar espiritual exigido pelas "belas artes" e os seus criadores a heróis-génios, era preciso relegar outros géneros a um nível de banalidade, de mera funcionalidade ou decoração, e os seus criadores a simples fabricantes.
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