"as árvores do jardim do muladi"
"Estar no mundo mas não ser dele"
filosofia Sufi
Ibn Marwan al-yil´liqui, (filho de João o Galego), muladi, (renegado), conhecido pela sua crueldade e astúcia, estava por fim, cansado das guerras incessantes, travadas contra o emir de Córdova.
Sentado nas muralhas do seu castelo, notou entristecido, que, dentro deste, só havia pedras, nem uma sombra gentil de árvore, nenhum fruto, nenhuma brisa fresca e perfumada, nenhum gracioso rumor de água.
Assim, lhe surgiram naquele dia as memórias da sua infância, quando corria entre o labirinto de bucho e a sombra das laranjeiras, dos damasqueiros, oliveiras, romanzeiras e palmeiras, no jardim em que jogava às escondidas, fugindo das concubinas do seu pai, recordações da alcáçova, e do som harmonioso da música e poesia.
Quão longe estava, marcado pelas necessidades da guerra e dos interesses, sentia em si a inutilidade frívola de tudo, e tinha saudades das mil e uma noites em que algum daqueles poetas, lhe tinha falado no Paradizo, jardim murado, onde crescem as árvores por entre as fontes, e a beleza uma promessa de felicidade.
Foi assim que decidiu plantar um jardim, com lugar para cada espécie de árvore, e entre a folhagem ouvir ora o chamamento do maulide, ou o canto chão, sem neles diferenciar a voz divina, e sem intermediários, em paz.
Délio,... (escrito para a exposição em Marvão, entre 1 de Fevereiro e 30 de Março de 2014).
Sentado nas muralhas do seu castelo, notou entristecido, que, dentro deste, só havia pedras, nem uma sombra gentil de árvore, nenhum fruto, nenhuma brisa fresca e perfumada, nenhum gracioso rumor de água.
Assim, lhe surgiram naquele dia as memórias da sua infância, quando corria entre o labirinto de bucho e a sombra das laranjeiras, dos damasqueiros, oliveiras, romanzeiras e palmeiras, no jardim em que jogava às escondidas, fugindo das concubinas do seu pai, recordações da alcáçova, e do som harmonioso da música e poesia.
Quão longe estava, marcado pelas necessidades da guerra e dos interesses, sentia em si a inutilidade frívola de tudo, e tinha saudades das mil e uma noites em que algum daqueles poetas, lhe tinha falado no Paradizo, jardim murado, onde crescem as árvores por entre as fontes, e a beleza uma promessa de felicidade.
Foi assim que decidiu plantar um jardim, com lugar para cada espécie de árvore, e entre a folhagem ouvir ora o chamamento do maulide, ou o canto chão, sem neles diferenciar a voz divina, e sem intermediários, em paz.
Délio,... (escrito para a exposição em Marvão, entre 1 de Fevereiro e 30 de Março de 2014).
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