Muitos dos escritores que se envolveram na discussão "séria" sobre fotografia, foram eles próprios fotógrafos.
Os fotógrafos em actividade, sobretudo os que se aventuraram para lá dos papéis estabelecidos, institucionais, comerciais, etc, sentiram a necessidade de explicar e sobretudo de se justificar. Tentaram por isso definir por palavras o significado do seu trabalho. Day-Books a obra em que Weston regista o lugar da fotografia no seu quotidiano, é um caso exemplar. Aqui também surge de forma muito significativa a ligação fotografia literatura. E é deveras notável que tão poucos artistas plásticos tenham escrito sobre fotografia, pelo menos tão bem como, Poe, Baudelaire, Valéry,
Dickens, Henry James, Dreiser, James Agee. Alguns escritores foram eles mesmos fotógrafos aplicados, Lewis Carroll, Émile Zola e Wrigth Morris.
Mas na tradição crítica, o papel do escritor-fotógrafo, nem sempre está isento de alguma ambiguidade, pois cada um a partir do seu "momento", teve que inventar um fundamento lógico, para falar de fotografia.
Vai ser nas obras mais arrojadas intelectualmente, mais agressivas, dos chamados críticos culturais como Walter Benjamin, William Ivins e Roland Barthes, que se pode entrar num novo patamar de discussão, numa síntese do saber histórico e numa outra teoria estética. Susan Sontag nos seus ensaios On Photography, também cita abundantemente estes autores, e sugere as preocupações duma crítica actualizada.
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