O ambiente social em que surgiu o debate sobre fotografia na sociedade vitoriana, esteve marcado por um conceito de cultura que polarizou o "trabalho" versus "arte".
E as primeiras actividades fotográficas durante as últimas décadas do séc.XIX, mostraram uma separação correspondente. De um lado os amadores que seguiram o pictorialismo defendido por Robinson, e alterado por Emerson, com diferenças de perspectiva no que respeita à ciência da visão e às formas de arte, ambos concordavam que a fotografia devia reinvindicar para si própria um lugar entre as belas-artes. Por outro lado a prática comercial continuou, criando o seu próprio vocabulário nos retratos e paisagens.
A tecnologia da fotografia havia de evoluir muito rapidamente com as câmeras portáteis, películas mais rápidas e de rolo, objectivas mais velozes. E isso fez emergir uma nova perspectiva a documentação, a investigação social através da fotografia apareceu na década de 90, pelo agravamento dos conflitos sociais e contrastes culturais, ligada à invenção do meio tom, que tornaria viável a reprodução ilimitada de imagens em jornais e revistas, o jornalismo.
A fotografia revelaria assim a sua vocação para o quotidiano espontâneo, que pouco ou nada teria a ver com «arte»
O pictorialismo renunciou, em Inglaterra e na Europa Ocidental assim como nos Estados Unidos da América ao modernismo adoptando uma definição beaux arts de «beleza» com representações formais de paisagens, nus, naturezas mortas composições de pose estudada, e ainda cultivaram o uso de expressões arcaicas, como o uso do pincel, usando instrumentos de gravura, corantes objectivas de focagem suave, procurando assim a aparência de uma pintura ou de gravuras manuais.
Por oposição a isso surgiu o modernismo como movimento, representado por Stieglitz e Strand. Embora ainda conservassem alguns traços do picturialismo, pela sua insistência no motivo artístico.
Figuras mais novas como Strand, Weston e Adams já vieram a si mesmos considerar-se artistas da fotografia, sem sentirem remorsos ou embaraços. Passaram a ver-se como artistas visuais modernos, usando um meio que possuía a sua própria lógica interna.
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