Tem a maior parte das fotografias do álbum a data de 1912, e são de uma família de Matosinhos que aquele meu amigo não soube precisar, estavam num sótão e a elas teve acesso, quando herdou bens duma tia.
Foram quase todas estas fotografias tiradas em ateliers fotográficos do Porto, estúdios que a partir de 1850 se instalam naquela cidade.
Será Miguel Novaes o primeiro fotógrafo a ter uma casa fotográfica estabelecida no Porto desde 1854, depois dois anos corridos seria a vez de Louis Monnet e ainda Alfredo Fillon, que se passaria para Lisboa em 1857.
Em 1892 Guedes de Oliveira fundou estabelecimento próprio no Porto, a fotografia Guedes, onde alguns exemplares de fotografias deste álbum foram tiradas. Henrique António Guedes de Oliveira trabalhou durante algum tempo na firma Sala&Irmão que em 1885 pertencia a Fulgêncio da Costa Guimarães, em 1886 Guimarães associa-se a Guedes de Oliveira. Tiveram uma filial em Vila Real, editando uma revista ilustrada e um álbum Fotográfico com fotografias da ponte D.Luís I, e depois uma série sobre monumentos e obras de arte na senda de Emílio Biel, a casa Biel.
A fotografia Guedes participou na exposição Industrial Portuguesa em 1887 com fotografias e platinotipias, a a partir de 1905 passou a contar com a colaboração do irmão de Guedes de Oliveira, Constantino Guedes que tinha trabalhado como operador na Casa Biel. Em 1904 concorreu à exposição de S. Luís e no ano seguinte publicou uma série de postais do carnaval do Porto. Ainda no mesmo ano vai inaugurar, com grande sucesso, a foto-pintura, em fotografias coloridas de crianças e senhoras distintas de famílias da sociedade expostas no salão do atelier.
Para lá da sua actividade como fotógrafo, Guedes de Oliveira dedicou-se ao jornalismo, colaborou na coluna Voz Pública d´O Primeiro de Janeiro e noutros periódicos portuenses. Interessou-se também pela dramaturgia em pequenas peças ou revistas para os teatros do Porto. Ainda cultivou a poesia , com o volume Caustícos de 1883.
Apoiou as artes organizando várias exposições no seu estúdio como a de 1897, com pinturas de Veloso Salgado, Roque Gameiro e Carlos Reis, e esculturas de Teixeira Lopes, o volumoso catálogo, ilustrado em zincogravura, incluía a fotografia de cada artista e uma reprodução de uma das obras. Em 1899, em Março outra exposição com trabalhos de Aurélia de Sousa e de outras alunas da academia portuense de belas artes.
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